Gaza: 'Tenho mais medo da fome e das doenças do que dos bombardeios', diz palestino

  • 22/05/2025
(Foto: Reprodução)
Após dois meses de bloqueio, Israel permitiu a entrada de ajuda humanitária em quantidades limitadas na Faixa de Gaza, mas a ONU diz que a distribuição não está sendo feita. A AFP conversou com palestinos sobre o cenário de fome no território. Israel diz ter liberado 100 caminhões para entrar em Gaza, mas ainda não houve distribuição Após dois meses de bloqueio completo da entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, esta semana, Israel permitiu que uma quantidade limitada de alimentos e outros suprimentos fossem levadas ao território após a crescente pressão internacional. No entanto, a situação ainda é grave dentro do território palestino, alvo de uma grande ofensiva israelense. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Manifestantes israelenses tentam bloquear entrada de ajuda humanitária em Gaza; VÍDEO Hosam Abu Aida, de 38 anos, morador de Beit Lahia, cidade no norte da Faixa de Gaza que está sitiada, falou à agência de notícias AFP sobre a situação no território. Como milhares de outros moradores, ele contou que vive atormentado pela falta de comida para os filhos: "Tenho mais medo da fome e das doenças do que dos bombardeios israelenses. A fome está nos destruindo", diz. Caminhões carregando ajuda humanitária parados no lado israelense da passagem de Kerem Shalom, na fronteira com a Faixa de Gaza, em 20 de maio de 2025. REUTERS/Amir Cohen Israel anunciou que autorizou a entrada de 93 caminhões da ONU carregados com ajuda humanitária, incluindo farinha, alimentos para bebês e suprimentos médicos, nesta terça-feira (20), e outros 100 nesta quarta-feira (21). A ONU reclama que essa ajuda é "uma gota em um oceano" de necessidades e argumenta que Israel está impedindo que a ajuda chegue à população. "A situação é insuportável. Ninguém nos deu nada, todos estão apenas esperando. Estamos ouvindo falar de ajuda há dois dias, mas até agora não chegou nada e não recebemos nada. Apenas palavras vazias", lamenta Um Talal al Masri, de 53 anos, da Cidade de Gaza. ONU alerta que crianças não estão recebendo comida em Gaza devido ao bloqueio imposto por Israel. REUTERS/Mahmoud Issa Israel acusa o Hamas, que governa Gaza, de desviar remessas de ajuda, e o movimento islamista acusa as autoridades israelenses de usar "a fome como arma de guerra". "Meus filhos vão dormir com fome todos os dias. Não queremos mais promessas, queremos viver", afirma Omar Salem, que vive em um campo de deslocados em Khan Yunis, no sul do território. Enquanto isso, nas cozinhas comunitárias, que há semanas alertam para a falta de alimentos, a população aglomerada vai esvaziando as panelas até a última colherada. Em Nuseirat, centro de Gaza, cenas que mostram a grave situação no território são registradas. Apesar dos perigos, muitos moradores de Gaza dizem que estão dispostos a correr qualquer risco para encontrar algo para comer. "Não é um luxo, é uma emergência. Precisamos de tudo: comida, remédios, água potável, produtos de higiene", resume Al Masri.

FONTE: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/05/22/habitantes-de-gaza-temem-mais-a-fome-do-que-as-bombas-israelenses.ghtml


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